sexta-feira, 28 de junho de 2013

Noemi, Rute e Orfa - Dois caminhos para uma amizade



Noemi saiu de Belém de Judá junto com seu marido, Elimeleque, e seus dois filhos, Malom e Quiliom, por causa da fome. Chegaram ao campo de Moabe e ali morreu seu marido. Ela ficou com seus dois filhos, que depois se casaram com as moabitas Rute e Orfa. Depois de 10 anos, morreram também seus filhos, e Noemi ficou sozinha com suas noras (Rute 1:1-5).

Porém, ouvindo Noemi que o Senhor tinha dado pão ao seu povo, levantou-se com suas noras e começou a caminhar para voltar a Judá. No meio do caminho, o silêncio entre as três foi quebrado com um pedido dela para que suas noras voltassem para seus povos (Rute 1:6-9).

Em um primeiro momento, ambas se negaram e disseram que continuariam com Noemi. Mas ela insistiu, argumentando que não tinha mais filhos que pudessem se casar com elas. Todas começaram a chorar. Orfa beijou sua sogra e voltou ao seu povo. Porém Rute se apegou a Noemi e nada a fez mudar de ideia (Rute 1:10-22).

Nada quebrou a amizade

Essas três mulheres são exemplo de amizades ambíguas. Noemi não queria ser um peso nem obrigá-las a seguir o mesmo caminho, por isso insistiu tanto para que cada uma seguisse o seu próprio. Ela não via mais lógica de estarem juntas.

Apesar da primeira negativa, Orfa se deixou levar por seu egoísmo, incentivada pelas palavras de Noemi. Ela não se conteve e fez o que realmente queria. Será que ela estava ali, naquela estrada com Noemi e Rute, com o sentimento de obrigação, querendo mesmo traçar seu próprio destino?

Rute fez o contrário de Orfa. Ela não se deixou levar pelas palavras de sua sogra e desejou com sinceridade estar com Noemi, em qualquer lugar que fosse e em qualquer situação. E Rute, será que não tinha mais nada a fazer ou não tinha ambição para continuar ao lado de uma mulher com quem não tinha mais obrigação alguma de conviver?

Orfa ou Rute?

Há muitas "Orfas" e "Rutes" por aí. Aquelas que valorizam e as que não valorizam uma amizade real, de laços sinceros e transparentes.

Há quem olhe somente para si, para suas necessidade e vontades, e tome decisões, escolha seus caminhos, independentemente do que isso acarretará na vida de quem se dizia amiga. Não há fidelidade, não há desprendimento e não há amor.

Rute escolheu andar com Noemi porque tinha com ela um laço de amizade verdadeiro. Mesmo que ela tomasse caminhos diferentes e difíceis, Rute escolheu estar ao lado de sua sogra para ao menos segurar em sua mão. Não que ela não tivesse ambição ou qualquer outra coisa para fazer, mas seu afeto para com Noemi era tão forte que a sua decisão, seu caminho e sua vida tornaram-se os mesmos. Elas estavam unidas pelo mesmo desejo, mesmo amor. Havia fidelidade.

O andar junto com alguém, como nesse exemplo dessas três mulheres, significa não só andar, literalmente, mas sim aceitar a outra pessoa do jeito que ela é, apoiá-la em suas decisões, estar próxima. Estar no mesmo caminho em uma amizade é o simples desejo de ter aquela pessoa por perto, como companheira de situações, mesmo que suas escolhas sejam completamente diferentes.

Infelizmente, nos dias de hoje, há muito mais "Orfas" que "Rutes", que só querem viver por si, sem pensar na amizade que diziam ser tão sincera.

Você é quem? Como tem agido com aquela que diz que é sua melhor amiga? Tem se dedicado, feito das escolhas dela as suas, ou tem somente criticado por tudo o que faz?

Você não precisa ser como ela é, pensar como ela pensa, agir como age. Uma verdadeira amizade está baseada em fidelidade, respeito e amor, não somente nos caminhos a serem percorridos.

"Como o ferro com o ferro se afia, assim, o homem, ao seu amigo. O que trata da figueira comerá do seu fruto; e o que cuida do seu senhor será honrado. Como na água o rosto corresponde ao rosto, assim, o coração do homem, ao homem." (Provérbios 27:17-19)

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